20 Anos da Política de Mestres e Mestras da Cultura Tradicional no Ceará: Pedro Coelho

 

Foto: Jarbas Oliveira

“Eu me chamo Pedro Coelho da Silva. Conhecido sempre como Pedro Aboiador. Eu nasci aqui, nessa casinha que nós estamos. Meu avô morava naquela outra casa ali, ele era separado e vivia aqui mais nós. O ponto era aqui na casa da minha mãe, mas ele dormia lá na casa dele. Os adereços dele era tudo lá. E eu, pequenininho, comecei andando mais ele. Ele era vaqueiro. Comecei andando mais ele pra os baixios. Ele ia arrancar mato, arrancar salsa e eu nos mocotós dele. Com um cacetinho e nos mocotós dele. Comecei andando a cavalo, andando na garupa do cavalo dele. E fui indo e comecei a andar num animal só. Ele vaqueiro, lutando e eu acompanhando. E a gente saía daqui — eu com seis pra sete anos de idade — e levava o gado lá pra onde hoje é a água do Banabuiú. Eu ia no meio de uma carga. A gente levava o gado no inverno e trazia no verão. Eu ia no meio de uma carga forrada com uma rede.”

Esse é um pequeno trecho da entrevista do Mestre Pedro Aboiador, concedida para compor o Livro dos Mestres, editado pela Fundação Waldemar Alcântara (FWA).

Neste ano, completam-se 20 anos de existência da Política dos Mestres da Cultura (Lei 13.351/2003), ação pioneira no Brasil, que reconhece e fomenta os saberes e fazeres tradicionais da cultura popular.

Para celebrar essa efeméride, traremos em destaque, aqui em nosso Portal, Mestres e Mestras da Cultura documentados nos livros editados pela entidade.

Os livros registram a existência e saberes desses Tesouros Vivos da nossa Cultura. Clique aqui e faça download gratuito.