Um Ceará de encher os olhos, brilhante, vivo, pulsante, que revive os valores de sua gente e de suas tradições. Fotos gigantes dos mestres da cultura ainda vivos, uma singela homenagem aos que já se foram, vídeos, objetos pessoais da lida cotidiana resgatam a importância de 106 mestres de várias regiões do Estado. Assim foi a exposição Legado dos MESTRES que esteve em cartaz em 28 de agosto a 05 de novembro de 2022, no Complexo Cultural Estação das Artes.

A iniciativa da Fundação Waldemar Alcântara foi objeto de um termo de fomento entre FWA e Secult/CE (TF 1043796) foi realizada como resultado da pesquisa e recolha de material textual e iconográfico “in  loco”  nos territórios dos Mestres da Cultura, contemplados como Tesouros Vivos pela Secult/CE, onde eles estivessem no estado do Ceará. As fotos são de Jarbas Oliveira e curadoria da exposição foi feita por Dora Freitas e Sílvia Furtado.

“Os mestres da cultura tradicional popular são os representantes da mais genuína tradução do povo cearense” e dos seus modos de viver, de conviver com a natureza e sua ancestralidade. Assim definiu o texto das pesquisadoras Dora Freitas e Sílvia Furtado no Livro dos Mestres, que foi publicado em 2017.

A pesquisa ocorreu nos anos de 2015 a 2020, quando a voz de cada um dos mestres deu vida à narrativa em duas edições do Livro dos Mestres, lançados em 2017 e 2023. A pesquisa e o material publicado nos livros foram a base para a exposição física e com visita presencial e suporte para a mostra virtual que pode ser vista no modo 360º, com aberturas para relatos, fotos e vídeos dos Mestres.

Há quase 20 anos, na gestão do ex-governador Lúcio Alcântara, os mestres cearenses foram reconhecidos como guardiães da cultura e passaram a receber a proteção do Estado, por meio de suporte financeiro mensal (Lei 13.351, de 2003). “Isso é necessário ser saudado, mas não esqueçamos a necessidade de cada vez mais ampliarmos o leque de amparo às manifestações culturais que nos circundam. Levando em conta a constante transformação de nossa sociedade, de pronto se aquilata o enorme risco de extinção de manifestações populares tradicionais ligadas à religião, à arte, folguedos, gastronomia e ofícios que cessam continuamente em decorrência da mudança veloz de usos e costumes”, observa o idealizador da Fundação Waldemar Alcântara, Lúcio Alcântara.

Na abertura da exposição houve a apresentação do Reisado dos Irmãos, de Juazeiro do Norte, reunindo 40 brincantes de diversas gerações de famílias que preservam a cultura do Cariri. “É muito interessante essa exposição, porque ela está vinculada à Fundação Waldemar Alcântara, e foi justamente no governo do Lúcio Alcântara, que se iniciou esse projeto dos mestres. E essa exposição coroa os saberes e fazeres, as artes e ofícios, esses senhores e senhoras, guardiães da memória da nossa tradição popular”, afirmou o então Secretário de Cultura do Estado, Fabiano Piúba, por ocasião da abertura.

A Fundação Waldemar está trabalhando para circular com a exposição Legado dos Mestres para outras cidades do território cearense, de forma a dar mais visibilidade a politica pública de patrimônio imaterial do Estado.