Obras raras, marca da linha editorial da FWA, completa 10 anos

Uma década atrás nascia a Coleção Obras Raras. Uma coleção que guardava a mesma motivação da Coleção Biblioteca Básica Cearense: fomentar a construção de uma memória bibliográfica e histórica do Ceará, contribuindo com fontes de pesquisa para estudiosos no tema Ceará. A diferença consistiu na inclusão de um título inédito, antes manuscrito, submetido à transcrição paleográfica, revisão técnica e atualização ortográfica, além das duas reproduções fac-similares.

O nascimento da Coleção Obras Raras se deu no dia 29 de setembro de 2011 com os lançamentos dos livros: “O Ceará”, de Raimundo Girão e Antonio Martins Filho; “Boletim de Antropologia”, organizado por Thomaz Pompeu Sobrinho – ambos em formato fac-similar; e “O Diário de Viagem de Francisco Freire Alemão”, transcrito dos originais do autor, cujo título leva seu nome.

O evento, naquela ocasião, contou com a palestra da professora e pesquisadora Lorelai Kury, sobre o tema “150 anos da Comissão Científica do Império”. Em comemoração aos 10 anos da Coleção Obras Raras, a historiadora, que mora no Rio de Janeiro, revela: “a Coleção de Obras Raras lançada pela Fundação Waldemar Alcântara é fundamental para aqueles que desejam se aprofundar no conhecimento da história do Ceará e do Brasil. Escolhidos com critério e cuidadosamente editados, os livros da coleção estão sempre ao alcance na minha biblioteca”.

Obras publicadas pela Coleção Obras Raras:

O Ceará – Coletânea que se caracteriza por um trabalho documental criterioso com estudos e informações que retratam com nitidez o Ceará, ressaltando a importância da atuação dos cearenses na formação brasileira.

Autores: Raimundo Girão e Antônio Martins Filho.
Ed. Fortaleza. 1939
Obra reeditada em versão fac-similar.

Boletim de Antropologia – 5 volumes (condensada em dois volumes na versão fac-similada)

Registro de estudos, observações, experiências e novidades que surgiam no seio da Antropologia mundial, nos anos em que foram publicados :1957, 1958, 1959, 1960,1961. Apresentação: Thomaz Pompeu Sobrinho.

Imprensa Universitária
Obra reeditada em versão fac-similar.

Diário de Viagem de Francisco Freire Alemão – Em 1856, foi criada, por iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e com beneplácito do imperador Pedro II, uma expedição científica composta exclusivamente por naturalistas e pesquisadores brasileiros. Tencionava-se assinalar uma preocupação crescentemente transformada em necessidade estratégica: conhecer em detalhe a geografia, os recursos naturais e as populações espargidas nas fímbrias do território brasileiro.

Nessa missão científica, o médico e naturalista fluminense Francisco Freire Alemão (1797-1874) foi incumbido dos trabalhos botânicos; a ele foi também confiada a presidência da comissão.

Escolhido como ponto inicial para os trabalhos da Comissão Científica de Exploração, o Ceará recebeu, desde fevereiro de 1859, alguns dos seus principais membros, que por aqui permaneceriam, entre idas e vindas, durante quase dois anos e meio.

Entre vasta documentação acerca dessa estada na província, Freire Alemão redigiu um diário, iniciado em 30 de março daquele ano e concluído em 24 de julho de 1861, quando retornou definitivamente ao Rio de Janeiro.

Obra transcrita, submetida à revisão técnica e atualização ortográfica, além de contar com um estudo introdutório escrito por três professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) do programa de pós-graduação em História Social.

O Banco do Nordeste, através do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE) financiou o projeto.